domingo, 15 de abril de 2007

Beretta - Tiro ao alvo

Você acha que atira bem?

Então veja isso!

Tiro ao alvo com Beretta

Apagão aéreo 3 - O que a imprensa não conta

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Um outro lado dos problemas dos aeroportos

"O país está indignado com o que acontece nos aeroportos. Mas nem tudo está sendo dito à população e, talvez, nem à própria imprensa." (Alamar Régis Carvalho)

Solidariedade aos controladores de vôo

Não é bem o tipo de assunto que eu gosto de abordar, todavia, considerando que a omissão, ao meu ver, é também um grande crime, não posso deixar de falar sobre uma coisa que conheço bem, já que durante algum tempo eu também
vivi no sistema de Proteção ao Vôo, na Aeronáutica, constituindo-me num tremendo criador de casos (peguei muita cadeia por causa disto), já que, desde criança, nunca fui de dizer amém para os absurdos, as intolerâncias, os abusos e as irresponsabilidades, partissem elas de pessoas, instituições ou até mesmo de uma Força Armada.


Formei-me em rádio telegrafista, na Escola de Especialistas de Aeronáutica, e ao deparar-me com o vergonhoso equipamento que era dado a mim e aos demais colegas para trabalharmos na estação rádio do aeroporto internacional de
Belém, rebelei-me contra aquilo, disse que não desempenharia a minha especialidade naquelas condições - eu era abusado, com apenas 20 anos de idade, e como era - ao mesmo tempo em que via os demais colegas, coitados, se sujeitarem a todo tipo de humilhação e desrespeito humano, situação aquela que levava muitos a terem sérios problemas auditivos além de outros que os levavam ao hospital da Aeronáutica.


Os colegas mais velhos, preocupadíssimos comigo, alertavam-me sempre:
- "Tu és doido, cara, em querer peitar os homens aqui dentro? Não te destes conta ainda de que estás no meio militar e que deve, aqui, apenas obedecer ordens, caladinho, humildemente, sem poder dizeres p. nenhuma?"
Jamais eu aceitaria uma situação daquela. Ficar calado diante de humilhações? Jamais!!!!
Cadeia atrás de cadeia, mas não abri mão da minha decisão.


Depois que constatei e vergonha que eram os equipamentos de rádio telegrafia, nunca mais quis operar com aquele tipo de coisa e não teve quem me fizesse voltar atrás. Nem o canalha do Coronel José Bernardo Santarém, o maior desafeto que eu tive dentro da Força Aérea, um covarde de marca maior, (com todo o processo de tortura que ele submetera àquele garoto, então com 22 a 23 anos)
conseguiu fazer-me desistir da minha decisão. Determinei que trabalharia naquele aeroporto somente com telex e teletipo, mas com telegrafia, nunca mais. E assim fiz, apesar das cadeias.


Bom, mas o caso aqui não é contar a minha história, é falar em solidariedade aos controladores de vôo deste País, mostrando às pessoas alguns aspectos que a grande imprensa não está mostrando, não sei se por omissão, por
desconhecimento das verdades verdadeiras dos fatos ou porque os colegas atuais estão ameaçados de alguma coisa, caso abram a boca, já que são militares.


Sei que é muito chato para qualquer cidadão chegar a um aeroporto, pessoas até com pouco dinheiro, e não conseguir embarcar, tendo que ficar preso no aeroporto e até obrigado a ir para hotel, com mais despesas e, em alguns casos, perdendo compromissos inadiáveis. A televisão está mostrando isto a toda hora. Não é fácil.

As pessoas se revoltam, com justa razão.
Descontrolar-se e partir para agressão ao funcionário da companhia aérea, é insanidade e não tem justificativa, porque ele não tem culpa nenhuma. Todavia, há um aspecto aí que todos devemos levar em consideração: "A corda quebra sempre do lado mais fraco", é um velho ditado. E a tendência, diante disto, é colocarem a culpa por tudo, como já estão colocando, em cima daqueles mais fracos e SEM DIREITO A DEFESA, que são os controladores de vôo sargentos da Aeronáutica.


Do mesmo jeito que aconteceu, diante do trágico acidente com o avião da Gol, quando a coisa terminou em "pizza" para os pilotos americanos, já que não era conveniente criarem problemas diplomáticos com os Estados Unidos; isentos também foram o poderoso infraero e a companhia aérea, restaria quem? O coitado do controlador de vôo.

Você, meu amigo leitor ou leitora, não tem idéia de como vivem esses profissionais e é sobre isto que quero falar.

Tente ficar, você, no lugar deles, diante desta realidade:
Enquanto nos Estados Unidos um controlador de vôo ganha de 4 a 5 mil dólares por mês, para trabalhar 4 horas, aqui no Brasil os nossos ganham apenas de 1.400 a 1.500 reais, para trabalharem 6 horas. O serviço é o mesmo, a enorme
responsabilidade pela segurança das vidas humanas é a mesma, os aviões que trafegam pelos ares são os mesmos.
Você tem idéia de quanto ganha um ascensorista de elevador na Câmara Municipal de São Paulo? Não vou falar, para evitar maiores indignações.


Qualquer trabalhador no Brasil, nos dia de hoje, vive cheio de direitos, pode fazer greve à vontade, basta ser liderado por um indivíduo qualquer que resolve querer aparecer com pretensões políticas, atrás de um sindicato, que pára tudo mesmo, e ninguém fala nada. Muito pelo contrário, ainda tem amparo do Governo, do Ministério e da "justiça" do trabalho.

No Brasil, se um vagabundo qualquer resolve roubar uma empresa, em suas diversas modalidades de roubos, obviamente vai fazer tudo muito bem planejado, sem deixar rastros, porque ele não é besta, (é o que mais acontece). Depois que a empresa descobre, mesmo sem poder ter as provas documentadas, resolve demiti-lo.
O que faz ele?
Procura um advogado, tão pilantra como ele, sem qualquer compromisso com honestidade, dignidade e a ética tão recomendada pela OAB, entra na "justiça" do trabalho dizendo-se vítima, escreve nos autos do processo o que quer, inventa horários extraordinários trabalhados que nunca existiram e previne-se a extorquir o máximo que puder, na base do "se colar, colou", e, caso a "justiça" comprove que ele não tem direito a um ou mais itens pleiteados malandramente, nada acontece com ele e muito menos com o seu safado advogado.
Ainda que o empresário tenha registrado queixa na polícia contra o ladrão, e apresenta o boletim de ocorrência na audiência trabalhista, o advogado diz para o juiz, fazendo constar nos autos, que se trata de uma perseguição da
empresa ao "pobre, coitadinho e indefeso trabalhador brasileiro", e o juiz vai na onda. Na "justiça" do trabalho nunca um canalha deste vai para a cadeia, mas se um empresário, em desespero diante da situação, perde o
controle e fala mais alto, imediatamente é ameaçado de cadeia pelo mesmo juiz.


É assim a coisa no Brasil.

Gente, o controlador de vôo não pode nem de longe pensar em ter tantos direitos e tanta proteção assim, muito menos ter uma justiça altamente paternalista a seu favor. Aliás, tanto não, ele não tem direito nenhum.
Pra começar, não pode fazer greves. Se um pobre dum sargento desse resolve ter a audácia de liderar o grupo, mesmo por motivos justos e agindo com honestidade, com certeza ele vai para a CADEIA imediatamente e lá ficará
incomunicável.
É isto mesmo, não estou exagerando em nada.


Chegadas atrasadas ou faltas ao trabalho no sistema trabalhista comum é tratado da forma mais natural possível e o máximo que acontece é um descontozinho bobo no salário ao final do mês.
Para um controlador de vôo, chegar atrasado ou faltar ao trabalho pode traduzir-se em cadeia.


No sistema trabalhista comum, qualquer um pode deixar de ir trabalhar, mesmo por preguiça, sem qualquer preocupação. Basta depois procurar um médico comum, já que no meio médico existem pilantras também, como em qualquer outro, pega um atestado fajuta, chega na empresa com a maior cara de pau, no dia seguinte, diz que estava doente e a empresa tem que justificar a falta, queira ou não queira.
O controlador de vôo jamais pode fazer isto, porque o único atestado médico que vale é do Hospital da Aeronáutica que, certamente, não vai atestar doenças que não existem.


Tem outro detalhe que precisa ser dito:
Na empresa comum existe um dono, seus diretores e seus gerentes que não podem dizer o que querem a você.
No meio militar, de repente, aparece um tenente qualquer, recém formado, sem experiência nenhuma, transferido para o setor do controle de vôo e já se transforma em chefe de um monte de sargentos com anos e anos de serviços, muitos com idade de serem seus pais, e se acha no direito de, porque é chefe dar ordens, impor, modificar métodos de trabalhos e processos de operação.
Quando se trata de um tenente equilibrado, sensato e coerente - tem muitos assim, não resta dúvida - tudo bem, porque esse tem consciência de que os seus conhecimentos não podem ser comparados com a experiência daqueles
profissionais que vivem aquilo durante anos. Até cresce, aliado aos seus subordinados.
Mas quando se trata de um imbecil, que também existe demais, a coisa complica e constitui-se em problema sério.
Aquele idiota que, por ser apenas superior hierárquico dos profissionais, pensa que é superior em tudo, inclusive em inteligência, competência, experiência etc. Por estar na condição de oficial, sofre da mesma doença que alguns advogados panacas sofrem quando passam num concurso para juiz, ou seja, a doença da "juizite", que tem necessidade doentia de fazer todo mundo entender que ele pode prender, ostentando a sua "autoridade". A Psicanálise tem claras explicações pra isto.


Este é um dos grandes problemas que os controladores de vôo enfrentam.
Por exemplo: Quando um administrador de empresa, inexperiente, sai da faculdade e entra numa empresa comum, onde existem profissionais experientes embora na maioria das vezes não formados, ele não tem como se fazer de besta e ir humilhando, exigindo, mandando calar a boca, porque sabe o que lhe pode acontecer, por parte dos outros funcionários.
Mas no meio militar não; existe até uma máxima que diz que "superior" nunca erra, o que é um absurdo, mas todo mundo tem que admitir que isto seja verdade. Daí o imbecil fica a vontade para descarregar as suas frustrações, faz ameaças de punição e muitas vezes prende mesmo, por bobagens e coisas altamente irrelevantes. Não tem como um sargento recorrer a um coronel ou brigadeiro para reclamar de abusos praticados por tenentes.
Estamos diante de um exemplo deste, quando os controladores são impedidos de se reunirem em audiência com o Ministro da Defesa do País. Até associações de garis, se quiserem, serão recebidas pelo Presidente da República, com sorrisos, fotografias, cobertura da imprensa, boné na cabeça e tudo; mas controladores de vôo não podem ter acesso a um Ministro. Está certo isto?


A Constituição Brasileira reza que todo cidadão brasileiro tem o direito de defesa, mas a mesma Constituição tira este direito dos militares, que podem ser humilhados e sacaneados a vontade, sem direito a dar um pio. Não podem
constituir advogados, não têm direitos a sindicatos, não podem se reunir em grupos para reivindicar coisa alguma... enfim, não podem nada e só têm deveres, deveres e deveres.


Ponha-se no lugar dos controladores de vôo e me diga, sinceramente e sem demagogia, se você aceitaria trabalhar numa situação desta, com uma gigantesca responsabilidade nas costas, sem direito a nada e sujeito a ser responsabilizado por situações graves e trágicas, como foi o caso do acidente com o avião da Gol. É mole?

Estes profissionais são gente também! Eles têm esposas e filhos, responsabilidades com educação de filhos, fazem supermercados, farmácias, têm problemas de saúde, carências e necessidades afetivas normais como qualquer um de nós.

Gente, existe um equipamento nos aeroportos do Brasil, há muito tempo cheio de problemas, que dá o posicionamento errado do avião no céu, que não se corrige nunca, ninguém toma providência nenhuma, há muito tempo. Por exemplo: ele diz que o avião está sobrevoando a região de Campinas, quando o mesmo já entrou no espaço da Grande São Paulo. Isto é gravíssimo e só não provocou mais tragédias por talvez Deus seja brasileiro mesmo.

O pior de tudo é que, se acontecer, não será o tenentezinho o responsável não e muito menos o coronel; serão eles, os controladores de vôo!!!
É por isto que eles estão gritando por socorro.


É preciso que o Brasil saiba destas coisas, para que o insensato que mandou prender esses profissionais em Brasília e vive a pressioná-los à obediência irracional se sinta também pressionado pela imprensa e pela opinião pública,
por esta barbárie que está cometendo.


Felizmente hoje vivemos uma época em que o meio militar é possuidor de um percentual de coerência, sensibilidade, bom senso e respeito ao ser humano bem maior que o que existia algumas décadas atrás. Por isto torna-se mais fácil resolver este problema, coibindo a ação dos torturadores imbecis de
farda, já que estes nos dias atuais são minoria, tenho certeza.


O Brasil não pode ficar calado, diante de uma injustiça dessa, sob pena da coisa se agravar muito mais.
Imagine se esses profissionais resolverem, em massa, pedirem baixa da FAB, o que aconteceria? E não duvidemos disso acontecer, porque nos dias atuais não é todo mundo que suporta humilhação, como havia no tempo da inquisição. São
homens altamente preparados, falam inglês, responsáveis, disciplinados e atentos por conta da profissão, que não teriam muita dificuldade em conseguir melhores colocações no meio civil, em condições humanas incomparavelmente melhores. Neste universo de sargentos há médicos, engenheiros, advogados, economistas etc...


A desmilitarização do setor é fundamental e indispensável. Eles têm razão e não pode ser de outra maneira.

Detalhe: Se eu ainda tivesse na Aeronáutica, poderia ser preso por ter escrito isto.
Pressionemos nós, a sociedade e a imprensa brasileira, para que o bom senso prevaleça em relação a este quadro.


Alamar Régis Carvalho
Analista de Sistemas e Escritor
alamar@redevisao.net

Mário Henrique Simonsen e a falta de segurança

Sobre a violência; sobre as invasões dos 'sem-teto' e 'sem-terra' nas propriedades particulares; sobre a tomada das cidades, evidenciando a total incapacidade do poder público de garantir a segurança do cidadão trabalhador e otário pagador de impostos.


GermanoCWB



Mário Henrique Simonsen,    Ex-ministro da Fazenda do governo militar, genial economista, carioca de primeira hora, em entrevista à revista Veja, em 1986, dizia:

    "No dia em que eles descerem os morros do Rio,  famintos e desnorteados, como soldados abandonados por seus generais, eles tomarão conta da cidade, da zona sul, e as classes médias e ricas serão prisioneiras de suas próprias avarezas e descuidos com os mais pobres.

    Será como um exército de centuriões romanos, de olhos arregalados, famélicos, entorpecidos e desesperados, tentando a última conquista antes da morte..."


.... É... parece que esse dia chegou.

Piada do professor babaca

Um professor de Matemática quis pregar uma peça em seus alunos e lhes disse:


 - Meninos, aqui vai um problema:
Um avião saiu de Amsterdam com uma velocidade de 800 km/h, à pressão de 1.004,5 milibares; a umidade relativa era de 66% e a temperatura 20,4ºC. A tripulação era composta por 5 pessoas, a capacidade era de 45 assentos para passageiros, o banheiro estava ocupado e havia 5 aeromoças (mas uma estava de folga).


A pergunta é... Quantos anos eu tenho?


 Os alunos ficam assombrados. O silencio é total.


Então o Joãozinho, lá no fundo da sala e sem levantar a mão, diz de pronto:


- 44 anos, professor!


O professor, muito surpreso, o olha e diz:


- Caramba, é certo. Eu tenho 44 anos. Mas como tu adivinhastes?


E Joãozinho:- Bem, eu deduzi porque eu tenho um primo que é meio babaca, e ele tem  22 anos...

Ensino de 9 anos gera polêmica

Opinião pessoal Federalista

Bato sempre na mesma tecla e continuo insistindo que os maiores causadores desses impasses são o centralismo e o intervencionismo.

Leis são criadas, determinações e procedimentos são impostos e prazos para implantação e adaptação são cobrados por teóricos e burocratas encastelados em seus gabinetes e, geralmente alheios à realidade do dia-a-dia das instituições que suas determinações afetarão.

Dos 400 municípios paranaenses, 391 não tem condições de atender a mais esse delírio governamental, que impõe a lei mas não provê salas de aula, nem professores e nem material didático para atender a esse novo contingente de alunos mágicamente criado por uma canetada, e que farão parte das maravilhosas estatísticas usadas nas próximas eleições.

Fosse o Brasil uma República Federativa de fato e os impostos municipais fossem usados no próprio município, as escolas seriam geridas pelas comunidades em que atuam e administradas pelos educadores, e esses sim, conhecedores da realidade da sua comunidade e da competência e desenvolvimento de seus alunos, decidiriam em que série a criança poderia ser matriculada, além de serem esses administradores e a comunidade local responsáveis pelo provimento de salas e professores. Pelo menos os pais, pagadores de impostos, teriam a quem recorrer, teriam de quem cobrar e de quem reclamar.

As imposições centralizadas são, via de regra, prejudiciais para a maioria da população já que não reconhecem as diferentes características regionais de cultura e nem de desenvolvimento local, tendendo sempre ao socialismo que nivela tudo por baixo, ou seja: neste caso, uma criança com potencial elevado que foi bem educado no seio de sua família terá que, obrigatóriamente, ser puxado para baixo e terá seu potencial aniquilado em infindáveis 'aulas' de picar e rabiscar papel, só porque não completou 6 anos no prazo estipulado pelo 'caneteador' de plantão, ao invés de ter sua genialidade desenvolvida e aproveitada para, quem sabe, termos nosso primeiro Prêmio Nobel. (É verdade! Vergonhosamente não temos nenhum desses prêmios, mas, com notícias como essa abaixo, podemos entender porque.)

Neste ponto chega-se a mais um elemento totalmente esquecido e desconsiderado pelo sistema centralizador e interventor: a família. Simplesmente não se leva em conta a existência desse ente formador da sociedade e célula-mater de qualquer comunidade, chegando-se ao cúmulo de dizer, como na matéria abaixo, que é na escola que a criança 'deve brincar, desenvolver a linguagem e amadurecer sentimentos'. Parece-me que isso acontece em casa, devendo ser a escola um apêndice que agrega novos valores àqueles adquiridos no lar, e não o contrário.

GermanoCWB

Leia agora a matéria extraída do jornal O Estado do Paraná

Ensino de nove anos gera polêmica

Mara Andrich [15/04/2007]


Fábio Alexandre
ensinonoveanos


O impasse gerado nas escolas a respeito do ensino fundamental de nove anos está longe de ter fim. Um dos maiores problemas é que, por conta da dificuldade de adaptação, escolas públicas de pelo menos 391 municípios do Paraná não estão cumprindo a nova lei, que prevê que todas as crianças que completassem seis anos até o dia 3 de março de 2007 deveriam ser matriculadas no primeiro ano do ensino de 9 anos.


De acordo com o Conselho Estadual de Educação, as principais reclamações são que não há professores e nem salas de aula, tão pouco conteúdos para adaptação tão rápida. A lei prevê ainda que os estudantes que completassem seis anos depois de 3 de março deveriam ir ao jardim três somente no ano que vem.


A decisão das escolas é amparada em uma liminar conseguida na Justiça pelo Ministério Público Estadual (MP) no dia 7 de março desse ano.


A medida autorizou que as escolas do Paraná matriculassem os alunos que fizessem seis anos de idade no decorrer do ano letivo na primeira série, independente do mês em que completem essa idade. Exemplificando, com este corte etário, uma criança que completasse seis anos no dia 10 de março, por exemplo, não teria que fazer novamente o Jardim Três por conta de apenas oito dias. Porém, o Conselho Estadual de Educação discorda. O presidente do conselho, Romeu de Miranda, afirmou que não há como ignorar a lei. “Estou convicto de que a lei é clara: a criança deve entrar no primeiro ano com seis anos. Eu não entendo porque só aqui no Paraná é que está ocorrendo essa outra interpretação”, reclama. Miranda lembrou ainda que não é só a questão do corte etário que preocupa. Ele explicou que a freqüência das crianças nas escolas também pode ser prejudicada com a polêmica. “Se elas entrarem na escola em abril, por exemplo, não conseguirão ter os 75% de presença até o final do ano letivo”, criticou.


Em meio à polêmica, a Secretaria Municipal de Educação informou que prefere aguardar as decisões da Justiça, do MP e do conselho para se manifestar sobre o assunto. Já a chefe do Departamento de Infra-Estrutura da Secretaria Estadual de Educação (Seed), Ana Lúcia Albuquerque, confirmou as reclamações dos municípios, porém informou que todos eles estão sendo orientados a se manifestar na Justiça. “A nossa expectativa é que o Conselho Estadual encontre a melhor maneira de atender a todos e que os juízes tomem decisões levando em conta o que é melhor para os estudantes”, ressaltou.


No próximo dia 18, o Conselho Nacional de Educação vai entrar na discussão do Paraná sobre a dificuldade de adaptação desses 391 municípios. O conselho já entrou com pedido da suspensão da liminar conseguida pela MP na 1.ª Vara da Fazenda Pública e também aguarda decisão sobre agravo de instrumento, protocolado na mesma vara.


Educadores vêem mudança com bons olhos


O ensino fundamental de nove anos é visto com bons olhos pelos educadores, porém, eles afirmam que a adaptação, principalmente no que diz respeito aos novos conteúdos, deve ser avaliada de maneira especial.


A pedagoga especialista em Psicopedagogia e mestre em Educação, Maria Silvia Bacila Winkeler, avaliou que o ensino de nove anos é importante na medida em que mantém as crianças mais tempo na escola. Porém, ela ressaltou que a única desvantagem que pode haver é o período de transição, aquele em que se avalia em qual nível a criança deverá ser matriculada e também no qual os educadores vão entender o que a nova lei propõe.


Para a especialista, a criança deve ser o foco principal em todo esse processo. “O caminho mais correto é pensar na proposta que você vai fazer para essa criança, tenho que ver que ela não tem sete anos, tem seis, e que isso influencia muito na sua vida”, avaliou.


Para a secretária de Assuntos Educacionais da APP-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná), Marlei Fernandes, a lei que prevê o ensino de nove anos é “um avanço para os alunos”. Na sua avaliação, não há desvantagens na nova normatização. Porém, Marlei compartilha da opinião de Maria Silvia, e avalia que discutir o currículo é fundamental.


“Entendemos que o ensino fundamental é na idade da infância, quando ela está desenvolvendo o processo de alfabetização. Mas o mais importante é você estar mais tempo na escola”, complementou. A APP prefere não se posicionar a respeito do corte etário, principal motivo das brigas judiciais.


Parecer da Justiça beneficia escolas particulares


Além da vitória do Ministério Público Estadual (MP), 30 escolas particulares de Curitiba também conseguiram parecer favorável na Justiça com relação ao ensino de nove anos. As escolas exigiam que elas mesmas tivessem autonomia em transferir o aluno, independente da idade, para determinado nível.


O presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná, José Caron Júnior, disse que a categoria concorda com o ensino de nove anos na medida em que ele mantém o aluno mais tempo em sala de aula, porém, não aceita que seja imposta a idade de matrícula. “Não são teóricos que têm que decidir isso, são os educadores que acompanham este aluno”, critica.


Os professores das escolas particulares também criticam que o conteúdo do jardim três seja diferente da chamada primeira série do novo ensino.


Segundo Caron, a categoria quer que o conteúdo do jardim três seja o mesmo daquele do primeiro ano. Já na avaliação do presidente do Conselho Estadual de Educação, Romeu de Miranda, isso seria um contra-senso. “O jardim da infância serve para a criança brincar, amadurecer sua linguagem e desenvolver seus sentimentos. O conteúdo é outra coisa diferente, se refere à matemática, história, etc”, argumenta.

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